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poquitodiablito
Complete / 2542 Words
by vanns 0:00:06 - 0:02:26

Como pensar em inglês? A resposta mais simples que eu tenho pra isso é internalizar e automatizar, ah, não o vocabulário somente, isso é fácil, mas as estruturas gramaticais do inglês, que são, muitas vezes, bem diferentes do português. Traduzir pode até ser inevitável no começo, mas o mais breve possível no seu aprendizado você tem que ser independente naquela língua, e começar a pensar usando as estruturas daquela língua, e não da sua. Eu já falei disso brevemente em vídeos anteriores, mas vamos entrar em mais detalhes nesse vídeo.

Falar uma língua é uma coisa que tem que fluir automaticamente, né, ninguém ia querer assistir esses vídeos se - eu - falasse - assim - dessa - maneira. Então, é automático, eu não posso ficar parando pra pensar numa resposta, do mesmo modo que eu faria em física, em geografia, ou em qualquer outra disciplina. Na língua, no idioma, isso tem que fluir automaticamente. Então, você pega essa nova estrutura da, da língua que você está aprendendo, inglês no caso, e através de repetição, a resposta mais óbvia é repetição e prática, e através de repetição e prática você internaliza isso na sua mente de um modo que vai ser automático, você não vai ter que parar e pensar "não, em português eu falo assim, mas em inglês eu traduzo pra falar desse jeito aqui".

Exemplo, uma das primeiras coisas que nós aprendemos de uma língua estrangeira: os pronomes. E os pronomes possessivos, né. O brasileiro não teria dificuldade em falar, né, "meu carro", "seu carro", né, "my car", "your car". Fácil. Mas agora, e o carro dela? O carro dele? Aí eu já vejo as pessoas começarem a travar um pouco, porque o português, ele é traiçoeiro nesse aspecto, você fala, né, my, "meu carro", quer dizer, o "meu" primeiro, "carro" depois. "Seu" primeiro, "carro" depois. Agora "o carro dela" seria o "carro" primeiro e o "dela" depois. O "carro" primeiro e o "dele" depois. Só que no inglês não, o inglês é consistente nesse aspecto e, do mesmo jeito que você fala "my car", "your car", seria "his car", "her car", né, você falaria "dela carro", sem o artigo, você não fala "o dela carro", você só fala "dela carro", "dele carro", e você tem que internalizar isso. Você pode até começar repetir em português mesmo, e falar "dela carro", "dele carro", e agora em inglês é? "His car", "her car". E a partir disso, você forma frases, e repita né...

"Onde está o seu carro?",
"Cadê o carro dele?",
"Esse aquí é o carro dele?"
"Não, esse não é o carro dele."
"Qual é o carro dele?"
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by vanns 0:02:26 - 0:05:45

E partir disso você vai automatizando, internalizando outras estruturas do inglês, como por exemplo, um erro que muitos brasileiros cometem, que é usar o verbo "ter" em inglês no sentido de "haver", por exemplo, em português: "tem uma pessoa lá fora." Como que ficaria essa frase em inglês? Muitos brasileiros diriam: "have a person outside". O que está errado, em inglês você nunca o verbo "have", o verbo "ter", no sentido de "haver", seria "there is", "there is a person outside", ou "there's a person outside". Eu já corrigi 1 milhão e 200 mil brasileiros com esse erro, né, então se você é um deles, não se sinta especial pensando que esse vídeo foi dedicado a você.

E aí com esse novo conhecimento você forma frases, né, "there is a person outside". E se for plural? Tem mais de um? Aí é "there are". E só uma nota rápida aqui pessoal, os falantes nativos também, muitas vezes, usam o "there is" seguido de um plural, o que gramaticalmente tá errado, mas do mesmo jeito que "nóis comete erro", né, eles também cometem erros. Mas você nunca vai ver um falante nativo da língua inglesa dizendo "have a person outside", querendo dizer "there is a person outside". Então, mesma coisa de antes, você forma frases, no interrogativo também, que se for interrogativo seria, a, "IS there a person outside?", ou no passo, "there was a person outside", e no plural, e vai formando frases, e praticando e usando, até que chegar uma hora que você, se você for falar isso, tá na sua mente, "uma pessoa lá fora", você vai falar em inglês, você não tem que pensar "não, em português eu falo "tem uma pessoa", mas só que em inglês tá errado, então eu tenho que traduzir e falar assim", não, tem que ser automático, e quando tiver automático, aí você está pensando em inglês.

Então, eu tenho aqui algumas analogias pra vocês entenderem melhor esse, essa coisa de, de línguas e de estrutura, versus vocabulário. Pensa por exemplo em camadas, né, essa minha mão esquerda fora de foco aqui é a camada que representa a estrutura da língua, né, o... a gramática da língua. Aí em cima vem a estrutura, né, que depende dela, que é o vocabulário, que também, que é o mais fácil de aprender. Então essa primeira camada aqui é a base de tudo, você tem que aprender essa estrutura pra você ir colocando o vocabulário na ordem certa. Claro, não é que você tem que aprender perfeitamente e não cometer erros, ou então você tem que aprender a gramática primeiro pra depois aprender vocabulário, isso num dá, é que nem você aprender a nadar sem ter água, é, tem que ter os dois. Você vai aprendendo os dois ao mesmo tempo. Mas muitas gente fala inglês e não, é, se dá conta que ela está falando outra língua né, ela, pra ela, ela não está falando outra língua, ela está falando, é, outra... série de vocabulários, é isso mais ou menos.

E outra analogia que pode até parecer um tanto bizarra é a analogia da geladeira né. Você abre uma geladeira vazia, nova. Ela tem lá as gavetinhas pra você guardar coisas específicas, como, ah, leite, ou carne, ou outros produtos perecíveis, tem aquela parte lá que é só pros ovos, né, que você já encaixa os ovos bonitinhos. Então é assim, é já, a geladeira é como se fosse a estrutura da língua né, e o que você põe lá dentro, o leite, o suco, os ovos, a manteiga, essas coisas são o vocabulário né. E a "geladeira" do português é diferente da "geladeira" do inglês. Tem gente que quer usar a geladeira do inglês do mesmo jeito que usam a do português né, e vê lá "ah, aqui eu colocava o leite" né, mas no inglês ali é pra colocar ovos né, então põe o leite ali, depois abre a geladeira, derrama.. enfim, é uma, uma analogia um tanto bizarra, mas eu gosto de pensar em línguas dessa maneira.
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by vanns 0:05:45 - 0:08:04

Tá, e depois disso também, você vai ter que internalizar coisas mais complexas no inglês, que são os tempos verbais e que, muitas vezes, a pessoa pode até te entender, mesmo você falando errado, mas muitas vezes, falar errado em inglês causa mal entendido, né. Por exemplo, você fala, né, "eu estou aqui há um mês", você falar em inglês desse jeito, que quase todo brasileiro aprendendo inglês fala né, "I am here for a month", a pessoa vai entender que você vai ficar ali um mês, e não que você está ali há um mês. Então, você deveria falar "I have been here for a month". E tem que memorizar isso, em inglês infelizmente é assim, é outra língua. Aí depois você muda né, "have you been here for a month?", ou "how long have you been here?", né, então, você vai internalizando isso até que chega uma hora que é automático, você não tem que parar e ficar pensando.

Você vai ter que parar, pensar, às vezes até traduzir, porque você está aprendendo, você também não vai passar do zero pro cem assim do nada, tem o intermediário. Mas quando você automatiza essas estruturas do inglês, fica muito mais fácil de assimilar vocabulário novo, de assimilar, é, novas estruturas gramaticais, você passa a entender mais do inglês, e também a entender mais da sua própria língua. E, ironicamente, quando você aprende outra língua, isso te trás um entendimento maior sobre a sua própria língua, que antes você achava que esse modo de pensar, colocar o verbo nessa posição, o artigo, feminino / masculino, eram coisas universais, né, que devem ser assim, não, você vê que são coisas arbitrárias, que na sua língua elas fazem sentido, mas em outras línguas não.

O inglês é até parecido com o português no fato de que você põe o verbo num certo lugar da frase, e não no final. Já alemão e japonês, eles tem mania de colocar o verbo no final da frase, né, por exemplo em alemão você diz, né, "Ich möchte nach Deutschland fahren", né, "Eu quero ir para a Alemhanha", né, que, o, esse "fahren", que é o verbo principal, ele vai no final da frase né. Em japonês é "Doitsu ni iKitai", ou "iKitai desu", se você quer ser mais formal, né. Agora, também, em japonês o verbo vai no final, né, e esse "iKitai" na verdade são dois verbos, é... por exemplo, é, você conjuga dois verbos em um só, o que em português, alemão, né, e inglês, precisa de dois verbos, "quero ir", o japonês faz com um verbo só, ele pega o verbo "ir", coloca uma partícula no final que fica "quero ir". SImples. E não, eu não falo alemão nem japonês fluentemente, mas eu consigo me virar nessas línguas.

by vanns 0:08:04 - 0:12:53

Bem, pra terminar esse vídeo eu vou deixar vocês aqui com uma historinha aqui pra mostrar pra vocês a importância de falar inglês com a estrutura do inglês. Vamos inverter a história e pegar, por exemplo, um personagem fictício, um americano chamado John que vem por Brasil e começa a falar português usando a estrutura do inglês, e vamos ver como que vai soar isso pros brasileiros. Eu sou um péssimo ator, mas eu vou tentar aqui mostrar como que vai ficar.

É, seria mais ou menos assim né... é, tipo, "Oi, meu nome é John". Até aí tudo bem né. Mas aí ele fala, "eu nasci em Nova York", né, mas aí ele fala, "eu fui parido em Nova York" né, porque em inglês se fala assim né: " I was born", né, então é voz passiva. Aí ele continua, né, e fala:

"Tem você alguma vez estado em Nova York?"
"Eu gosto Brasil"
"Eu tenho estado vivendo no Brasil por um ano"
"Eu dirijo um amarelo carro"
"Eu estou muito ocupado"
"Eu gosto coco"
"Oi, quão velho é você?"
"Eu perdi meu relógio. Um muito caro relógio."
"Tem você visto o meu relógio?"

Bem, como eu disse né, eu posso não ser um bom ator, mas eu espero que tenha dado pra passar a mensagem aí né. Se eu fosse um bom ator eu até.. colocaria um sotaque americano aí, mas, enfim, e vocês veem que algumas frases, por exemplo, "eu estou muito ocupado", ele falou perfeitamente. Nesse caso, o inglês bate perfeitamente com o português. E algumas frases, se você traduzir palavra por palavra, elas vão ficar certas... mas nem tudo né. Por exemplo, "eu gosto coco", gramática errada e mau pronunciado que, pow, o cara quis falar "coco", mas falou outra coisa né. Então, tem isso também, a questão da pronúncia misturado com a gramática mal estruturada que pode, você pode acabar falando palavrão, xingando as pessoas sem saber, né; e a parte do "quão velho é você " né, porque em inglês é assim que você pergunta a idade da pessoa, né, imagina ele perguntado isso pra uma mulher de mais de 40 anos, né, "o quão velha é você?", né, poutz!

Mas enfim, tudo o que o John falou aí, se você mudar, só traduzir pro inglês vai bater perfeitamente com a gramática do inglês. E ele só aprendeu vocabulário né, não aprendeu a gramática do português. Mas então, se o John continuar assim, falando errado desse jeito, vai chegar uma hora que a mente dele vai internalizar e automatizar o errado, e vai muito difícil pra ele "desaprender" o errado e começar a falar certo. Vai ser também muito difícil prum professor de português ensinar pra ele o, o correto. Então, em português né, como é uma língua não muito falada por estrangeiros, comparado com o inglês, é muito comum também o brasileiro corrigir o estrangeiro que fala errado. Agora, em inglês, é pior, porque as pessoas não corrigem mais, elas, elas já estão acostumadas com o fato de que 90% dos estrangeiros falam inglês muito mal.

Então pessoal, vou fazer um adendo aqui rápido, né, tem mais duas coisas que eu devo mencionar nesse vídeo que são relevantes. Ah, esse livro aqui que eu já mencionei num vídeo anterior, que é o "Gramática Prática da Língua Inglesa". Essa aqui é uma versão antiga, tem uma versão nova aí. Ahm, eu vou deixar o link aqui pra vocês desse, desse livro, e tem aqui uma parte no final dele que se chama "Trocando os Miúdos" né; que ele mostra como traduzir coisas difícieis de traduzir, por exemplo, como expressar saudade em inglês, ahm, concordância verbal, e coisas que... dão assim uma certa dificuldade pro estudante da língua inglesa né. E esse aqui foi um, um livro que me ajudou ir do básico ao intermediário quando eu tava estudando inglês no Brasil.

Eu vou deixar também um link para um livro em áudio que foi escrito, né, escrito/narrado por um autor americano, um poliglota que fala das técnicas de aprendizado para línguas estrangeiras, né. É "O Segredo para Aprender Línguas Estrangeiras", esse é o título do livro em inglês e, ele está todo em inglês. Então, se você é intermediário, já tá aí uma coisa boa pra você aprender mais; só que não tem tradução. Ele está todo em inglês, e tem também um arquivo lá chamado "entrevista" né, "interview" em inglês e... lá, é um repórter entrevistando o autor. E ele fala de um método, é.. simples e ao mesmo tempo eficaz para você aprender a pensar numa nova língua estrangeira, né; que desde o começo você vai automatizando essas estruturas na sua mente, por exemplo, é... você pergunta:

"Onde está o John?",
"Ah, o John está na cozinha",
"E Onde está a Marry?",
"A Marry está na sala".
"O John Está na sala? Não, o John não está na sala. O John está na cozinha.",
"Onde está o livro?"
"O livro está sobre a mesa, né..."
"Onde está a Marry? A Marry está sobre a mesa?",
"Não, o que está sobre a mesa é o livro, e não a Marry. A Marry está na sala."

Aí você vai formando essas frases, interrogativo, negativo, repetidamente, várias vezes. Aí depois isso já vem pra você automático. Eu já vi escolas de inglês criticando esse método, tirando sarro, mas ta aí um cara que aprendeu várias línguas com esse método, então hey, eu acho que funciona né. Mas então né, como sempre eu falei demais e chegou a hora de encerrar esse vídeo longo e chato. Então eu vou deixar vocês aí com mais duas opções de vídeos pra vocês assistirem, caso vocês queiram. Então, é isso, e até a próxima.
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