Portuguese Recordings

A pele tem a função de proteção do corpo.

Eu esqueci ambos os livros em casa.

E que tal no sábado?

O avião parte as seis da manhã. Isso é cedo demais.

Precisamos resolver este problema em breve.

Os produtos cumprem os padrões de segurança mais recentes.

Se tivesse dinheiro iria a nova york.

O motorista tentou puxar conversa, mas desistiu.

Nós dissemos que você pode ficar conosco.

A demanda era alta e, assim, os preços aumentaram.

O som do seu louvor é tão belo como o som das águas e majestoso como o de trovões.

Meu esporte favorito é o futebol, eu jogo de futebol todos os sábados.

Eu não queria botar mais lenha na fogueira.

Permita-me apresentar-me. Meu nome é Matt. Eu sou tenho vinte e nove anos de idade. Eu sou casado. Eu vivo em Seattle. Gosto de música e filmes.

Congonhas

garfo
porta
banho
irmã
berço
centro
casa
dado
dia
café
pêssego
filme
de
senha
fala
ginásio
gota
hóspede
país
pai
leite
sim
já
ká
Brasil
lavar
bom
mesa
nome
dominó
abdômen
pato
do
sonho
pão
quinze
guardanapo
carro
caro
branco
sopa
trânsito
abortivo
elefante
terra
caju
nau
guarda
um
guerra
acervo
kilowatt
xadrez
anorexia
exlcuir
excelente
roxo
voyeurismo
zebra
caça
castanho
filho
chá
pais
autor
papéis
rei
deus
céu
apoiar
dói
viuvar
cuidado
mãe
cão
calções
tia
rua
caos
rio

Carnaval do Brasil
Brasil
Rio de Janeiro
Copacabana
Pão de Açúcar
O Cristo Redentor

Vamos de táxi
Eu sou de Londres
Esse livro é do João
Eu sou dos Estados Unidos
Algumas das praias são lindas.
Esse ônibus passa em Copacabana?
Eu vou para casa
Ela faz a comida para todos nós
Ele come legumes para ficar forte.
é minha primeira vez aqui
A gente gosta de festa
Vem para cá
Minha casa fica perto
Você tem uma caneta aí?
Ela mora entre essa rua e a lagoa
Eu estou com fome
Há muito tempo que eu não te vejo
Você quer sentar lá dentro?
Não, eu quero sentar aqui fora
O tempo está ficando quente.
Você está falando comigo
Eu fico com sono
Pode deixar
Estou atrasadou
Eu vou chegar na hora
Eu vou estudar fora do país
Vou encontrar você em frente do shopping
Te encontro na entrada do cinema
Você vai se sentir cansado depois da corrida
A loja fica atrás do restaurante?
O restaurante fica ao lado do cinema
Ela já mandou o convite para a festa
A escola dela fica aqui
Seu telefone está em cima da mesa
O que ele está dizendo?
Essas meninas gostam de jogar
Eu estou dentro do prédio
Você já marcou uma consulta médica?
Cansativa, n'é?
Nossa! Que aula
Eu já fiz Pilates
essa foi sua primeira aula?
Por isso que você fez tão bem
Parece que você está em boa forma.

sapato
boca
cheque
cabelo
e
elefante
fita
poço
luta
quente
guerra
quatro
quorum
guarda
lã
amplo
planta
empréstimo
entre
compras
contar
sim
bem
tinta
tumba
nunca
muito
laço
champô
gás
gelo
hora
já
milhão
vinho
quadro
parar
rabo
palrar
carro
samba
casa
meus amigos
vespa
fósforos
hás-de
xerife
México
peixe
baixa
excelente
exame
existir
trouxe
zebra
dizer
luz
teu
partiu
fui
sóis
chapéu
mãe
cãibra
pão
amam
sem
parabéns
põe
fútil

Sou nascida e criada na favela da Maré, na zona norte do Rio. A quantidade de assédio que sofremos na favela pode parecer surpreendente aos olhos dos outros, mas para quem vive no dia a dia, não é.
Já ouvi cantadas grosseiras de todo tipo de homem enquanto voltava pra casa. Mesmo ignorando todas as vezes, não é fácil lidar com isso. A gente aprende a lei da convivência, vivendo mesmo.
Como boa parte das mulheres, penso em reagir, mas acabo seguindo em frente. Não tenho alternativa. Independente do poder armado, o morador sabe que reagir a qualquer coisa desse tipo é burrice.
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Foi isso que fiz no dia em que um militar mexeu comigo. Ele queria que eu respondesse "bom dia, soldado" após ouvir o que ele disse. Cheguei a tremer. Quando aconteceu a ocupação militar na Maré, houve muitas reclamações de abuso de autoridade.
Mas quanto mais a gente se acostuma com a realidade do medo que nos é colocada, pior ela fica. Afinal, se fosse fácil mudar de uma hora para outra, as coisas seriam diferentes depois dos protestos realizados por mulheres em vários Estados.
A limitação de um favelado por ser favelado começa na falta de direitos. Faltam os direitos que em teoria até temos, mas não podemos usar e, os que nunca foram oferecidos.
A criação que recebi dos meus pais foi quase a mesma que minhas vizinhas receberam. O tempo livre era só para brincar no beco. Pulava elástico, corria pique-esconde, alerta cor, bola de gude e outros. Nossas mães acompanhavam a gente até chegar à escola, que ficava perto de casa.
Mesmo com a vida parecida com a minha, algumas amigas engravidaram. E no lugar de estudos e trabalho, formar uma família passou a ser prioridade. Isso continua sendo comum na vida de jovens mulheres moradoras de favelas.
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A independência e a maternidade precoce estão ligadas. Quando o futuro não é focado em trabalho ou estudo, a escolha de viver pela tradição é feita por si só.
Independente do motivo, acho que ter um filho antes dos 18 anos não é um sonho.
Mas nós sofremos pressão de qualquer maneira. Se engravidou, tem que se juntar com o namorado e buscar formas de sustento. Se quer estudar, vai ter que trabalhar ao mesmo tempo e ralar muito pra conseguir uma bolsa na faculdade.
E quando se formar, vai chegar do trabalho debaixo de sol, chuva ou tiroteio.
Favela da Maré fica na zona norte do RioImage copyrightAFP
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A favela da Maré fica na zona norte do Rio
A maior característica de uma mulher cria da favela é ser lutadora. Por vencer o preconceito, trabalhar os sentimentos e o que enfrenta no dia a dia. Temos que lutar até para sermos identificadas.
As pessoas esperam de nós alguém de pouco estudo, pobre e ignorante intelectualmente. É muito fácil dizer o que todo mundo diz. Só parece difícil lembrar que os nossos espaços receberam pessoas de todos os Estados, e a diversidade sempre existiu.
Lembro de uma das minhas primeiras noites num luau na praia da zona sul. Fui com um amigo, afinal andar sozinha por aí a noite em um lugar que você mal conhece não traz segurança.
Depois de conhecer uma galera e bater um papo, me perguntam de onde eu era. "Da Favela da Maré", respondo. Um garoto diz: "Não acredito. Você, desse jeito, é da favela? Não parece".
Depois de não entender por que ele dizia aquilo, fiquei tentando fazer o cara entender, mesmo surpresa com a situação.
Eu sou branca, magra e tenho cabelos lisos. Pensei: "Será que se eu disser que tenho sangue nordestino e favelado vai provar quem sou?"
Andar de short curto é ser vagabunda e rebolar até o chão é dizer que está na pista. Mentira! Tem homens que só precisam de uma oportunidade para fazer o que sempre quiseram fazer ─ independente da mulher tomar qualquer atitude
Thaís Cavalcante
Chateada com isso, me afastei um pouco do grupo. Mesmo assim, um garoto que estava na roda me ajudou a carregar um amigo bêbado. Ele foi até a Maré só para isso, apesar de nunca ter entrado.
Se isso acontecesse anos atrás, eu não teria me assumido como favelada na frente de todo mundo. Eu tinha medo de me misturar com outras meninas da favela na adolescência porque somos estereotipadas.
Andar de short curto é ser vagabunda, e rebolar até o chão é dizer que está na pista. Mentira! Tem homens que só precisam de uma oportunidade para fazer o que sempre quiseram fazer ─ independente de a mulher tomar qualquer atitude.
A revolução de mulheres contra o assédio que se vê nas ruas é um grito guardado dentro do peito há muito tempo. Seja mulher da favela ou do asfalto, sinto que ainda falta a oportunidade de demonstrar essa dor do jeito certo.
*Thaís Cavalcante é moradora da Favela da Maré e coordenadora do jornal comunitário "O Cidadão"